Sou ansioso! É possível controlar o que eu sinto?

Iniciar uma atividade nova é um gatilho para a ansiedade. Na verdade, diariamente nos deparamos com situações que nos geram ansiedade e isso é interpretado pela maioria das pessoas como algo desagradável, do qual devemos nos livrar. Mas será que a ansiedade é realmente ruim?

A ansiedade é necessária. Se ela faz bem ou mal, depende do seu nível e como você vai lidar com ela. A princípio, ela é benéfica, pois serve para prepará-lo para lutar ou fugir de uma potencial situação de risco iminente. Ter uma dose saudável de ansiedade pode ser útil quando nos leva a agir e a resolver um problema. Mas se você está preocupado com cenários hipotéticos ou cenários catastróficos, a ansiedade pode se tornar patológica. A boa notícia é que você pode, através de algumas estratégias, diminuir o seu nível de ansiedade. Mas calma! Inspire, expire… que é sobre isso eu vou escrever um pouco no final deste texto!

Você é capaz de controlar a sua ansiedade para ler este artigo até o fim? Muitas pessoas que sofrem com a ansiedade apresentam maior dificuldade de concentração, e impaciência, priorizando resultados imediatos. Vou lhe perguntar: quando você vai para uma entrevista de emprego ou falar em público sente um aumento da frequência respiratória, taquicardia, vontade de ir ao banheiro, suor frio, e mãos suadas e geladas? Se você respondeu sim, certamente está com um nível de ansiedade elevado, em virtude das expectativas que tem destas situações e da sua crença do que vai acontecer.

A tendência é a ansiedade ir diminuindo, a partir do momento que você enfrenta a situação. Mas nem sempre é assim que acontece. Alguns enfrentam a mesma situação repetidamente e se sentem ansiosos todas as vezes, como se fosse a primeira vez. Aí que entra, muitas vezes, a comida, o cigarro, a bebida, ou qualquer outro comportamento que possa exercer a função de tentar diminuir o estresse. O que fazer? Tentar identificar qual situação o deixa assim e criar habilidades para lidar com ela sem a necessidade de buscar estas saídas que, na verdade, trazem alguns malefícios.

O problema aparece quando a ansiedade começa a interferir no seu dia a dia, impedindo-o de realizar suas obrigações, gerando sofrimento. Quando a ansiedade se torna elevada pode, então, passar a ser caracteriza como um transtorno. Entre os principais estão o Transtornos de Ansiedade Generalizada, o Transtorno do Pânico, e o Transtorno do Estresse Pós-Traumático. Nestes casos é necessário um tratamento que pode ser psicoterápico, farmacológico ou a combinação de ambos.

Bem… Sei que você deve está se perguntando: Sim! Mas quais estratégias que eu posso utilizar para diminuir a minha ansiedade? Existem muitas técnicas para atingir este objetivo, e este espaço não me permite falar de forma aprofundada sobre elas. Vou continuar escrevendo sobre este assunto nesta coluna, mas para diminuir a sua ansiedade, vamos para a primeira estratégia cognitiva comportamental: desafie os seus pensamentos que geram ansiedade. Pergunte a si mesmo: qual é a evidência que eu tenho que não vou conseguir fazer uma boa entrevista de emprego? Qual é a probabilidade de que o que eu tenho medo realmente aconteça? Se a probabilidade é baixa, quais serão alguns dos resultados mais prováveis? O que eu diria a um amigo que tem a mesma preocupação que eu tenho?

Ao treinar novas formas de pensar, você estará ampliando possibilidades. O psicólogo pode ajudá-lo quando analisa seus pensamentos diante de situações que lhe causam ansiedade. Para combatê-la é importante o treinamento cognitivo.

Quando se fala em tratamento para ansiedade pensamos no antídoto mais popular que seria o relaxamento. Eu acredito que o relaxamento funciona como complemento. Mas tenho observado na minha experiência clínica que algumas pessoas ansiosas ficam mais estressadas com a simples “tarefa” de relaxar, pois sentem que têm a obrigação de conseguir atingir mais uma meta. Então, para cada sujeito são usadas estratégias diferentes! Existem algumas técnicas de relaxamento eficientes como a respiração profunda, a meditação, e o relaxamento muscular progressivo. Mas sobre estas estratégias e outros caminhos para controlar a ansiedade nós vamos falar no nosso próximo encontro. Até mais!