Amor patológico: mulheres que amam demais

Muitas vezes nos perguntamos: como algumas mulheres são tão maltratadas e continuam com os seus companheiros? Elas dependem do amor do outro para se sentir feliz, do olhar do outro para se sentir protegida, do reconhecimento do outro para se sentir útil. O amor vira uma doença quando uma pessoa transfere a responsabilidade pela sua felicidade exclusivamente para o parceiro.

Várias pessoas vivem anos ao lado de seus cônjuges, mesmo sendo submetidas a agressões físicas e psicológicas. Apresentam um comportamento repetitivo e sem controle, dirigido à prestação de cuidados e atenção sufocante à pessoa amada. Esta atitude é mantida mesmo depois das concretas evidências de estar sendo prejudicial para as suas vidas e para a vida de seus parceiros.

A dependência amorosa é configurada a partir de um trauma oriundo do desenvolvimento da personalidade, mas ainda há muitas contradições na literatura sobre o amor patológico. Ele pode ter origem na infância, vinculado a um modelo familiar gerador de baixa autoestima, sentimentos profundos de raiva, abandono e rejeição. Pode, ainda, estar associada à depressão e ansiedade. Seus sinais e sintomas são idênticos aos provenientes dos padrões de comportamentos do consumo de álcool e de outras drogas.

O amor patológico pode ser observado em homens e mulheres. Mas é mais prevalente na população feminina devido às características culturais facilitadoras. As mulheres costumam descrever a escolha amorosa como apaixonada e como amor à primeira vista, e definem o casamento como relação amorosa, realçando uma perspectiva romântica e subjetiva. Já os homens ressaltam mais que as mulheres a atração física na escolha amorosa e definem o casamento como constituição de família, enfatizando aspectos objetivos e práticos.

As mulheres que amam demais apresentam sintomas de necessidades emocionais não satisfeitas, tentam suprir a insatisfação emocional com outra pessoa e são atenciosas de início, mas se tornam sufocantes no decorrer do relacionamento. Além disso, não raramente se relacionam com homens aparentemente carentes.

As mulheres que sofrem de dependência amorosa estão constantemente perturbadas por pensamentos que as levam a acreditar que a qualquer hora podem perder o seu amor, o que acarreta o ciúme patológico. Como ajuda a essas mulheres que sofrem de codependência amorosa surgiu o MADA (Mulheres que Amam Demais Anônimas), que é um grupo de apoio que favorece um melhor autoconhecimento.

A mudança de comportamento só começa quando a pessoa percebe que a forma como ama e se relaciona é um problema, reconhecendo as consequências negativas em sua vida e o extremo sofrimento causado pela dependência emotiva

do outro. Você acredita que apresenta um amor doentio? Saiba que existem tratamentos eficazes. Procure a ajuda de um psicólogo. Você merece tudo de bom que o relacionamento amoroso pode proporcionar.