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Autismo: sintomas, causas e as intervenções da ABA

  • Foto do escritor: Sileli Santiago
    Sileli Santiago
  • 3 de mar. de 2018
  • 3 min de leitura


As habilidades de uma criança autista podem ser altas ou baixas, dependendo tanto do nível de coeficiente intelectual, como da capacidade de comunicação verbal. Os seus familiares especulam sobre qual tipo de intervenção psicoeducacional é a mais efetiva. A resposta não é tão simples como parece, em contraste com a grande quantidade de tratamentos que têm sido anunciados. Mas a utilização da Análise Aplicada do Comportamento no processo de aprendizagem das crianças autistas tem resultado em grandes ganhos registrados através dos estudos empíricos.

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O que é autismo?

O autismo é um transtorno de desenvolvimento que geralmente aparece nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades de comunicação e interação social. Mais recentemente tem sido usado o termo Transtorno do Espectro Autista, por se entender que a criança pode ter diferentes graus de comprometimento, e que pode ser possível “movimentar-se” ao longo do espectro.


Quais as causas?

A ideia hoje mais aceita é de que o autismo é resultante de um quadro orgânico, e com provável origem genética. Além disso, não se pode esquecer que o indivíduo é uma totalidade, resultante de sua história de aprendizagem e das contingências a que é exposto na sua história de vida.


Sintomas de Autismo

O quadro do transtorno autista inclui perturbações características da interação social, da comunicação e do comportamento. No que diz respeito à comunicação, observar-se que esta criança pode apresentar um atraso significativo ou a ausência do desenvolvimento da língua. Um autista pode ter dificuldades em iniciar ou sustentar uma conversa, ou então poderá usar a fala de maneira repetitiva, sempre sobre o mesmo tópico. Tem uma dificuldade em discutir conceitos abstratos, entendendo tudo literalmente.

Já com relação à interação social, verifica-se que uma pessoa com o espectro de autismo poderá não usar ou não compreender a comunicação verbal, ou não desenvolver interações sociais que sejam apropriadas para a sua idade. Pode-se notar a falta de emoção recíproca, e as regras sociais podem parecer-lhes muito arbitrárias.

O comportamento do autista costuma ser restrito, repetitivo, e estereotipado. Repetições motoras como bater as mãos, rodar objetos, e movimentos repetitivos com o corpo são alguns sinais comuns. Também caracterizam este quatro: muito pouco ou nenhum contato olho a olho; falta de espontaneidade; afeição inapropriada a objetos; o brincar de uma forma repetitiva (enfileirando ou girando objetos); a resistência à mudança de rotina; dificuldade de aprender pela observação do outro; e a dificuldade em expressar as necessidades (usando gestos ou apontando ao invés de usar a fala).

Os desafios da aprendizagem

A distração é um dos grandes desafios quando se realiza uma atividade com uma criança autista, pois qualquer ruído vindo do exterior, ou mesmo do interior da sala, é motivo para ela se desconcentrar. Outro problema é a dificuldade do autista em sequenciar, uma vez que ele não costuma se lembrar da ordem da realização das tarefas. Mas as crianças autistas apresentam diferenças entre si, e por esse motivo as estratégias que visam o processo de aprendizagem devem sempre ser avaliadas e esquematizadas a partir das peculiaridades apresentadas pela criança em questão.


O uso de intervenções da Análise Aplicada do Comportamento (ABA)

Os programas desenvolvidos para as crianças com o Transtorno do Espectro Autista geralmente incluem como objetivos o desenvolvimento social e cognitivo, a aprendizagem e a resolução de problemas, as habilidades de comunicação, a redução de comportamentos disfuncionais e o apoio às famílias.

A Análise Aplicada do Comportamento (ABA) é uma área ampla e pode incluir uma variedade de metodologias como DTT (Ensino por Tentativa Discreta), NET (Ensino em Ambiente Natural), dentre outras. O DTT tem um formato estruturado e caracteriza-se por dividir sequências complicadas de aprendizado em passos muito pequenos, ou discretos. Estes passos são ensinados um de cada vez durante uma série de tentativas, sendo acompanhados com reforçamento positivo e com o grau de ajuda que for necessária para que o objetivo seja alcançado. Através do Ensino em Ambiente Natural o aprendiz é ensinado a se comportar adequadamente em situações naturais. O ensino é planejado, assim como na tentativa discreta, mas necessariamente mais flexível e contextualizado.

Para o emprego das técnicas da Abordagem Cognitivo Comportamental para a aprendizagem da criança autista inicialmente é realizado uma avaliação abrangente das habilidades demonstradas pelo paciente, dos seus comportamentos inadequados e de sua capacidade de aprender. É feita uma análise funcional, procurando realizar uma descrição de como elementos do ambiente estão relacionados aos comportamentos exibidos pela criança. Em seguida é desenvolvido um plano de trabalho em que se definem os objetivos e o currículo a ser adotado pelo psicólogo em parceria com os pais e demais cuidadores.


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