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Arranca os cabelos? Conheça a tricotilomania.

  • Foto do escritor: Sileli Santiago
    Sileli Santiago
  • 8 de out. de 2018
  • 2 min de leitura

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Você já puxou os cabelos enquanto sonhava acordado ou os enrolou nos dedos enquanto refletia sobre alguma coisa? Esse comportamento não é patológico. Mas algumas pessoas arrancam seus cabelos diariamente, às vezes durante horas, até a cabeça estar repleta de pontos calvos. Esses sujeitos tem tricotilomania.


Para o diagnóstico dessa psicopatologia, são descartados os problemas dermatológicos como: muita coceira, machucado, irritação no couro cabeludo e queda de cabelo. A tricotilomania é uma doença psiquiátrica na qual a pessoa apresenta um comportamento repetitivo de arrancar os cabelos ou outros pelos do corpo como das sobrancelhas, cílios, braço, barba ou mesmo das áreas íntimas, causando uma falha na região arrancada, que frequentemente ela tenta disfarçar.


Você tem o hábito de arrancar cabelos ou outros pelos do corpo? Às vezes, você percebe que este hábito é incontrolável? Você chega a se isolar em função desse comportamento? De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o paciente para ser diagnosticado com tricotilomania tem que apresentar um sofrimento clinicamente significativo ou comprometimento social, ocupacional ou em outras áreas importantes de funcionamento.


É típico também da tricotilomania o ato de “brincar” com os cabelos arrancados, colocando na boca ou os enlaçando entre os dedos. Alguns pacientes engolem os próprios cabelos arrancados, o que pode causar a formação de um novelo de cabelos no estômago ou no intestino. Como consequência, podem surgir cólicas ou, mais raramente, obstrução intestinal.


Não existe uma única causa para a tricotilomania. Tanto aspectos psicológicos e sociais quanto neurobiológicos e genéticos são considerados desencadeantes. Quase sempre há uma combinação desses vários fatores. O transtorno se inicia, pelo menos em parte dos pacientes, devido a tensões dentro da família, problemas na escola ou dificuldades de relacionamento com outras pessoas. Paralelamente, sentimentos depressivos, estresse e problemas para lidar com a raiva também estão em sua base. O arrancar de cabelos é sentido então como uma distração, um consolo capaz de minimizar a tensão, e é justamente esse caráter prazeroso que reforça o comportamento. Muitas vezes, brincar com os fios entre os dedos remete a uma sensação de aconchego experimentado quando a pessoa ainda era bebê e tocava os cabelos da mãe ao ser amamentada ou apenas acalentada no colo.


A tensão interna causada por medos, inibições sociais, dificuldades de expressão de emoções e estados depressivos faz com que os sintomas sejam mantidos. Nos últimos anos, a tricotilomania tem sido associada à escassez de diversos neurotransmissores, principalmente da substância mensageira serotonina, frequentemente vinculada a outros distúrbios comportamentais, como controle reduzido dos impulsos e movimentos repetitivos.


A Terapia Cognitiva Comportamental tem se revelado eficaz. Ela deve ser adequada individualmente ao paciente: é importante que o terapeuta considere quais fatores desempenham um papel no quadro clínico. Se houver, por exemplo, uma associação entre inibições sociais e a tricotilomania, a prioridade é reforçar a autoconfiança e as competências do paciente. Caso o transtorno seja sintoma de experiências traumáticas, estas devem ser primariamente abordadas.

 
 
 

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